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Memórias e histórias - Eponinos, negros de São Mateus

        Meu pai, Sr. Eponino, se foi há 31anos. Homenagem com um trecho do livro de memórias publicado em 2017. “Como era bonito ver meu pai sair colocando o molho de chaves na cintura. Com aquele semblante sério de responsabilidade. Sabia que estava saindo para cuidar da gente. Ficaram as saudades disso. Lembro com felicidade que, ainda houve tempo, conseguimos conversar sobre livros, sobre o país, sobre os problemas do mundo. Foram nossos melhores momentos. O desbravador das tarefas do mundo exterior naquele universo familiar, senhor Eponino era um homem de estatura média, pele negra, cabelos castanhos levemente ondulados, sempre lustrosos à brilhantina. Tinha o rosto afilado, boca pequena, olhos de um castanho mais intenso, como folhas secas pelo sol. O quase liso do cabelo, apesar da pele negra, vinha da avó paterna indígena....  Assim era Eponino, olhando seu exterior, o que não explicava quem era no seu interior. Tinha suas contradições. Foi homem de esquerda na política, envolvi