LIMA BARRETO – ESCRITOR E JORNALISTA, UM REBELDE E VISIONÁRIO.
LIMA BARRETO - JORNALISTA E ESCRITOR – UM REBELDE COM CAUSA
TRAJETÓRIA
Nasceu em 13 de Maio de 1881, em
Laranjeiras, Rio de Janeiro. Faleceu em 1922. Pobre por nascimento e durante
toda a vida, família com poucos recursos financeiros. Seu pai era tipógrafo e
sua mãe professora primário. Ambos mestiços. Todos sofreram muito preconceito
racial.
Sua
mãe faleceu quando ele tinha 07 anos e por ser afilhado do Visconde de Ouro
Preto, conseguiu fazer o curso secundário no Colégio Pedro segundo, indo em
seguida para a Escola politécnica do Rio de Janeiro, para cursar Engenharia.
Mas infelizmente precisou abandonar o curso devido ao adoecimento de seu pai,
Joaquim Henriques de Lima Barreto, que enlouqueceu, sendo internado num
hospício.
Restou
então a Lima Barreto, já em 1903, o sustento dos três irmãos menores. Prestou
concurso para o Ministério da Guerra, foi aprovado, onde permaneceu até se
aposentar.
Seguindo
seu talento para a escrita, escreveu várias reportagens para “O Correio da
Manhã”, ingressando assim na carreia jornalística. Chegou a lançar uma revista,
que durou porco tempo.
A LITERATURA DE LIMA BARRETO
O
escritor foi um homem inteligente, com absoluta clareza dos aspectos opressivos
e corruptos da sociedade em que vivia, sendo esta uma marca de sua obra. Tinha
uma visão critica do Regime Republicano (Primeira República), vendo as posições
do país subserviente ao poder das nações capitalistas dominantes. Uma República
de espertos corruptos, classista, racista. Não se privou de mostrar tais
aspectos em suas crônicas, contos e principalmente romances.
Foi um importante escritor do período pré-modernista.
Publicou seu primeiro romance em 1909, “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, obra
onde mostra a trajetória de um rapaz “mulato” que vem do interior e sofre uma
série de preconceitos raciais. O romance tem um tom de crítica social.
Em
outro romance, publicado em 1915, “Triste fim de Policarpo Quaresma”,
consegue descrever a vida política do Brasil após a proclamação da República, além
da riqueza de detalhes dos subúrbios cariocas na virada do século. O principal
personagem é um homem sonhador e ingênuo, que sofre as consequências deste
olhar tão crédulo nas instituições republicanas que surgiam.
Outro
romance importante, “Clara dos Anjos”,
guarda as mesmas características de descrição de um Rio de Janeiro se expandindo
para os subúrbios, as relações sociais, a vida de simples e honestos funcionários
públicos, a ingenuidade de uma jovem frente ao machismo e ao patriarcado, o
preconceito racial e social.
Um
de seus contos de destaque é “Nova Califórnia”,
onde satiriza a ambição e o ridículo comportamento da população de uma pequena
cidade brasileira, em busca da riqueza fácil, parodiando a corrida do ouro nos
Estados Unidos.
Lima
Barreto escreveu muito mais, outros romances, sátiras politicas e literárias,
encontrados nos sites indicados ao final.
Seu estilo literário não agradava a maior
parte dos escritores do período, não sendo bem aceitos. Seus romances não se enquadram
aos padrões dos escritores da época, dos quais recebe fortes críticas. Aponta em
suas obras as injustiças sociais que os literatos apreciados pela maioria não
queriam ver.
Candidatou-se
duas vezes para a Academia Brasileira de Letras, mas não foi escolhido.
Escritor
inconformado e inquieto, incompreendido, diria que, um rebelde com causa. Os
aspectos sociais são traços dominantes em sua Obra. Sem meios para conseguir
concretizar os projetos de escrita, de vida, de sobrevivência, acaba se
refugiando no etílico, tendo crises, adoecendo mental e fisicamente. O que não
o impediu de mostrar seu talento de romancista.
Foi internado duas vezes em um
sanatório (hospital psiquiátrico) e ainda assim, continuou a escrever. Na sua
última internação escreveu diários com vários textos, publicados posteriormente
como o livro “Cemitério
dos Vivos”, onde dizia: "O abismo abriu-se a meus pés e peço a Deus que
jamais ele me trague, nem mesmo o veja diante dos meus olhos como vi por várias
vezes... De mim para mim, tenho certeza que não sou louco”.
O grande escritor Lima Barreto faleceu
aos 41 anos, de um colapso cardíaco, em sua casa, no bairro de Laranjeiras, Rio
de Janeiro. Para saber mais, consultar as fontes:
https://www.ebiografia.com/lima_barreto/
https://www.buzzfeed.com/br/alexandrearagao/lima-barreto-appreciation
https://www.youtube.com/watch?v=48lu2n_J1yE
Ana Lucia dos Santos, assistente social, professora, escritora.
Obrigada Ana , por esse importante , necessário e justo resgate do nosso grande escritor e jornalista Lima Barreto!
ResponderExcluirParabéns, o blog é maravilhoso.
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