UM OLHAR SOBRE A PANDEMIA

 

 OLÁ, AMIGOS!

O MOMENTO DIFÍCIL DA PANDEMIA AINDA NÃO PASSOU.  ESCREVER SOBRE O TEMA NÃO É FÁCIL. MAS HOJE COMPARTILHO UMA CRÔNICA MUITO BEM ESCRITA, REALISTA, MAS COM MUITA POESIA, DE MÔNICA S. C. OLIVEIRA COLABORANDO COM ESTE BLOG, NA SÉRIE “QUARENTENA E PANDEMIA”.“UM OLHAR SOBRE A PANDEMIA”.  NÃO DEIXEM DE LER, VALE A PENA.

 

UM OLHAR SOBRE A PANDEMIA – Mônica S. C. Oliveira

 

O que parecia distante da nossa realidade, chegou de forma alarmante. A notícia saiu da TV para o nosso cotidiano. Deixando-nos atônitos e sem rumo. Com o início da quarentena comportamentos tiveram de ser bruscamente mudados e a casa que por muitas vezes era o lugar onde que menos se passava o tempo passou a ser o nosso refúgio e abrigo seguro para nos proteger do vírus.

Ao sair de casa uma cidade diferente, comércios fechados e pessoas que estabeleciam diálogos corriqueiros nos locais de compras, agora, seguem em filas, separados por uma marcação no chão, limitados a um espaço que antes era livre.

Liberdade esta que não valorizávamos como agora, hoje podemos parar e pensar como o passarinho se sente quando é colocado em uma gaiola e seus cantos ecoam gritos por liberdade.

As ruas que eram movimentadas pelos carros e do vai e vem de pessoas aceleradas, ficaram calmas e pacatas. Metrópoles que se transformaram em cidades fantasmas e desertas por medo do vírus, com um silêncio eloquente sendo possível ouvir o barulho do papel deixado na calçada quando levado pelo vento.

A praia, lugar de refúgio, diversão e agitação, agora respira solitária, com a areia deserta reluzindo o brilho do sol. A brisa sentida no rosto ao caminhar na beira da praia, só é possível apreciar pela janela do carro em movimento. Mergulhar no mar agora, só nas lembranças, mas ele segue cristalino e azul como o céu nos esperando para quando tudo isso acabar.

A pandemia transformou o dia a dia de cada um, aproximando pessoas em seus lares com uma convivência forçada para aqueles que se viam somente no final do dia, passando a ter um convívio ininterrupto que muitas das vezes eram inexistentes. Mas há aqueles que insistem na fuga buscando companhia nos meios eletrônicos tornando a convivência cada vez mais solitária.

Tivemos que nos adaptar ao novo, com comemorações sendo feitas virtualmente, sem a presença do calor humano. O momento fez com que nos reinventássemos para podermos sobreviver em meio ao caos instalado. O ficar em casa tem revelado muitos talentos escondidos, as fotos em redes sociais que antes eram de viagens, hoje revelam outra realidade: de pães, bolos, leituras, plantas, hortas e artesanatos.

Cada um vem descobrindo como enfrentar o ócio, arrumando aquele armário que vivia no final da fila de espera das prioridades, descobrindo roupas que trazem nostalgia de tempos vividos sem pandemia e que agora aguardam na pilheira, a esperança de dias melhores para serem usadas. Descobrimos que não precisamos de tantas roupas e sapatos. Quem sabe tudo isso nos faça pensar em um consumo consciente reaproveitando o que temos e assim, poupando o meio ambiente.

Os dias em casa, que para uns parece o fim, para outros a oportunidade para apreciar o vai e vem do vento pela janela, tomando uma xícara de chá e contemplando o dia de sol que brilha lá fora, trazendo o alívio de que estamos sobrevivendo a tudo isso e muitas reflexões sobre a vida, com dias de melancolia e outros de possibilidades de pensar no futuro.

O ficar em casa trouxe a liberdade de nos ver na essência, ver os cabelos brancos crescendo como marca do tempo que não para e meditar a respeito do que somos e o que almejamos.

Viagens, comemorações, sonhos e planos tiveram que ser adiados sem previsão. O abraço, o afago nunca foi tão desejado e nos deparamos distante daqueles que amamos. Para os que se familiarizam com a tecnologia, conseguem se comunicar e aqueles que não se adaptam, se contentam em ouvir a voz do outro lado da linha, pois não sabemos quando será o próximo abraço. 

O medo insiste em nos rondar, é tudo novo, incerto e desconhecido, ainda mais quando vivemos com a possibilidade do vírus acometer pessoas que amamos. É uma dúvida que desnorteia quando pensamos nas pessoas infectadas, com nome e sobrenome que se tornam cada vez mais familiares. As notícias que chegam não são positivas, os números de vítimas só aumentam.

 As famílias convivem com a dor de perder seu ente querido e não poder se despedir, e ainda se deparar com aqueles que não respeitam o isolamento insistindo em levar uma vida “normal” ancorados no pensamento que é só uma gripezinha.

Vivemos na incerteza de quando tudo isso irá passar, se sairemos melhores que entramos. Quais aprendizados teremos de toda essa experiência?

A resposta que desejamos é de poder desfrutar o mar, o vento no rosto em um futuro sem mascaras, sorrisos a mostra, abraços demorados como a saudade que habita nele e um sentimento de liberdade para rever os velhos hábitos e as pessoas que amamos. Seguir livre como a revoada dos pássaros rumo à liberdade de um novo tempo.

                                                 Mônica da Silva C. de Oliveira

                            

  Obrigada, Mônica!

Comentários

  1. Muito bom Mônica , retrato fiel do que estou ou outras pessoas estão vivenciando. Queria mesmo que a pandemia transformasse as pessoas para um mundo melhor . Até vou torcer por isto 🍀🍀🍀

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