CRÔNICA – UM EXERCÍCIO DE 
DESISTÊNCIA OU UMA FORMA DE 
RESISTÊNCIA?




Desisto. De tentar entender, elaborar e verbalizar o que está acontecendo comigo nestes últimos meses, e com o Brasil. Desisto porque sinto que está travando minha capacidade de escrita, de criatividade. A análise é tensa, densa, quase impossível, muitos elementos em jogo, muitas explicações. E como disse alguém, o Brasil não é um país para amadores. Seguir no caminho da simples análise paralisa minha capacidade de intervenção cultural. Isto só estará a serviço do atraso.

Então, nessa desistência, simplesmente decidi que sigo vivendo e respondendo ao que me provoca, instiga, desassossega, sem tentar explicações elaboradas. Porque estamos sendo levados por uma roda viva cotidiana de muitos fatos novos, esdrúxulos, absurdos, medievais. Resistentes a uma análise em tempo real. Um verdadeiro atentado aos avanços da humanidade, como se quisessem instaurar as trevas. Não dá para parar e pensar muito, o que dá para fazer é reagir. E continuar minha vida enquanto reajo. Continuar meus projetos profissionais, os projetos de escrita, forma de resistência, que são e serão resultado dessa maré louca para a qual somos tragados, involuntariamente.

Tento aqui nesta crônica, achar um eixo para estar no mundo, no Brasil agora, em agosto, mês literalmente dos cachorros loucos, que se anteciparam em alguns meses e já estão conosco.  É o tempo dos cachorros loucos.

 E haja vacina anti-rábica!!
  



          Logo voltarei às pequenas crônicas Flipianas/2019 e às listas de leituras.



            Até breve!

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

INDÍGENAS DE MONGAGUÁ

LIVRO DO ESCRITOR MARCELO PAIVA REVIVE DOR E FAZ PENSAR EM REPARAÇÃO