PEQUENAS CRÔNICAS
FLIPIANAS - 2019
A cidade e uma das mesas da programação
oficial
Paraty é uma cidade linda, dá a impressão de que é pequena. Não dá pra vê-la de
dentro dela. E é assim que eu estava. Dentro dela.
As
ruas estreitas dão a impressão de que seria possível conversar de uma janela
para outra em frente. Isto se não tivesse que romper obstáculos humanos à minha
frente. Porque havia um mar de gente e não se sabe pra que lado ir. As ruas
estão lotadas. Só vejo pessoas bem próximas ao olhar para frente e para os
lados. Se tentar olhar por cima, sós cabeças. Para baixo, o chão, só as pedras.
Cafés lotados. Restaurantes disputados. Não quero esperar.
Preciso
não me perder nas atraentes lojinhas, cheias de roupas e lembrancinhas. Uma
casa de café de todos os tipos, deliciosos.
Experimentei um, disputando lugar e atenção.
O
artesanato exposto por grupos indígenas, sua destreza para confeccionar alguns
ali e para mostrar, dizer preços. Aliás, nunca vá sem dinheiro. É puro
sofrimento. Se estiver com mais dinheiro, gastará mais do que deveria, com
muitas coisas que de fato podem não ter utilidade nos próximos meses. Além do
fato de priorizar, é claro, comprar livros.
Tentei
me colocar num canto não muito lotado para saber mais da cidade, em dias comuns
da vida. Como seria? Inútil, na Internet do celular, duas alternativas: mil
promoções e propagandas de hotéis, pousadas e outras acomodações, ou o lugar
comum de um “cada um posta o que quer” do Wikipédia. Num misto das duas fontes,
ali está Paraty. No Rio de Janeiro, quase chegando a São Paulo, tem cerca de 50.
000 habitantes. Tem? Não. Agora são cerca 300 mil pessoas.
Num
tempo passado, Paraty foi capital do Brasil, às vezes as marés enchem a cidade de
águas. Explica algumas ruas molhadas quando não choveu, com poças de água que
vêm não se sabe de onde. Vem de baixo das pedras irregulares. A cidade está
quase no nível do mar. Apenas 5 metros acima.
Era
uma região habitada pelos índios Guaianás quando os portugueses chegaram. Logo,
tem um centro
colonial português com ruas calçadas em pedras, construções dos séculos XVII e
XVIII. Todo o conjunto histórico de
Paraty foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Recentemente, em 5 de julho de 2019, a cidade
colonial de Paraty foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Pronto, sem tempo para saber mais, vale mais a pena
viver o presente, empurrada pela onde de pessoas, até chegar à tenda da
programação principal da FLIP. A esta altura, começo a achar a chamada programação
paralela muito interessante. A idéia á alcançar algumas delas.
Por enquanto, fico com a tenda principal, as 17h00min
de 11/07/19 com o nome de “Bom Conselho”. Na mesa Kristan Roupeniam (EUA) e Sheila
Heti (Canadá). O debate é sobre “o que é ser uma boa mulher, ou o que é ser
uma mulher egoísta”, ou “porque nos comportamos como nos comportamos? Kristen
tem em seus contos personagens mulheres
e aborda os demônios cotidianos que nos
habitam, como narcisismo, pequenas crueldades, curiosidades mórbidas”.
Das duas autoras, foquei na abordagem da “Maternidade”, feita pelo livro de Sheila Heti: É um misto de ensaio,
autobiografia e ficção. A protagonista, por
volta dos 40 anos, começa a se sentir cobrada
pela sociedade, amigos, por ela mesma sobre quando vai ter filhos, se vai ter
filhos. Tenta buscar respostas sobre a necessidade de ter ou não filhos, o direito de fazer sua escolha e a legitimidade delas.
Principalmente não ter filhos.
Impossível não se identificar com os aspectos da dimensão feminina abordados!
Até Breve!
.
A
.
A senhora escreve como se abraçasse o leitor e é assim que te leio. Gratidão��
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObrigada, querida! Saudades! Bjos!!
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