INDÍGENAS DE MONGAGUÁ

UMA HOMENAGEM À CIDADE 

Olá, pessoal. Santos completa hoje 473 anos. 

Tem muita história pra se contar. A composição de sua população, suas lutas, sua diversidade. Hoje pensei apenas nesta poesia simples, que escrevi.

Mas não vai faltar oportunidade de falar de seus escritores, seus poetas.

SANTOS E SUAS ÁRVORES CENTENÁRIAS (Poema)

Movimentam-se com o vento num leve desalinho,

Como soldados fortes e cansados,

Caminhantes resistentes da guerra,

Após duras batalhas.

Vem do centro, brotam não sei de onde,

Parece que seguem pelos canais na direção do mar,

Inclinam-se na para o horizonte aberto,

Guiadas pelos ventos. Centenárias.

Troncos fortes, liquens e musgos enredam seu corpo.

Como colchas verde-oliva, instalam-se confortavelmente,

Como se houvessem encontrado suas casas de sempre.

Imensidão de folhas cobre o céu hoje azul turquesa,

De uma manhã de verão.

Belas, desde quando estão ai?

Onde tudo começou?

Em minha memória, sempre estiveram.

Centenárias árvores que acompanham os canais da cidade.

Como retratos de acertos dos homens que nos antecederam.

Trazem esperanças de outros acertos.

Galhos e folhas ousadas avançam sem timidez.

Preenchem o alto, criam confortáveis sombras.

Refrescam em dias de calor, protegem em dias de chuva.

Encobrem acima a passagem. Fazem das ruas, alamedas de asfalto,

Insensatas, insinuam esconder placas de sinalização.

Serão retiradas? Não há por que.

Quero tê-las para respirar.

Quero que os habitantes de hoje,

Mereçam os acertos dos que os antecederam.