A casa é
gelada. As relações são mornas e frágeis. Poucas coisas se sustentam e os fios
demoram a se conectar.
Os tons das
palavras fogem do sentido. E a vida não
me deixa escrever. Reflito sobre esse novo espaço. Estranhamento. Demora a me pertencer.
Começo hoje
aqui, assim.
Suspensa no ar. Procuro o chão que me
sustentou por anos e que teimo sempre em mudar, para ao final, fincar
novas amarras.
Encerro hoje com uma poesia. Escrevo poesia?
Bilhetes
São belas as manhãs
de setembro.
Abro a janela e lá
estão, a suave bruma e brisa.
Não há calor e sol
quente.
Há pequenas flores
salpicadas de sereno.
Não há frio incômodo
e gélido.
Somente uma brisa
quase parada.
Respeitosa. Ponte
para um leve respirar.
Nas manhãs de início
de primavera.
Quase primavera.
Há promessas
sussurradas.
Segredos sobre
paixões que virão.
Há já pequenas e
coloridas flores.
Prenúncio das grandes
e inevitáveis floradas.
Belas invasoras de
cores exuberantes.
Sei das manhãs de
setembro,
Nelas lembro de quem
amo.
Do quanto amo. Não
por acaso.
O lembrete foi
trazido por bilhetes,
Nas pequenas e
grandes pétalas,
Das coloridas flores
da primavera.
E AÍ 2018?
ResponderExcluirPois é. Este é apenas um blog. Que quer fabular,
Como diria Antonio Cândido.
Mas, como é uma entrada de ano atípica, a realidade nos espera.
Então, um pouco dos incômodos dias.
Iniciamos 2018! Incrivelmente estamos “quase bem”
Pensei que não chegássemos aqui. O que quer dizer que, ganhamos passe livre
Pra seguir em frente, com as responsabilidades que o ano requer.
E são muitas. Vejamos: Ano eleitoral sem a menor garantia de que eles,
Os que estão no Senado e no Congresso Nacional possam não mais lá permanecer.
Sem saber se conseguiremos impedir que sejam eleitos,
Que sejam apoiados, referendados, continuem a enganar e a roubar,
Com seus óbvios e previsíveis discursos, que muitos não vêm, ou não querem ver,
Inebriados que estão, consciente ou inconscientemente, pelo desejo
De também ganharem, de alguma forma.
De se aproximarem de uma vida melhor, com sonhos individuais e egoístas,
Referenciando-se em modelos decadentes e inescrupulosos.
Como se isto fosse eticamente possível num país
No topo das estatísticas da desigualdade social.
Este cenário é o pior possível.
E reconhecê-lo á é um grande ganho, o primeiro de 2018.
Resta saber, como enfrentar. A conferir as reações de todos nós.
A conferir as reações de todos nós.
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